Um dos sintomas de que meu bad mood está passando é que tenho vontade de escrever de novo: falar, escrever, me comunicar com o mundo. Eu fico meio muda quando fico triste (meu irmão discordaria, ele diz que eu não fico muda nunca) e completamente sem-graça nenhuma. Não que eu tenha alguma graça normalmente, anyway.
E sobre o que se escreve quando se tem vontade? Não sei, pode ser sobre o churrasco maravilhoso que comi hoje com pai e mãe (e até agora não digeriu direito, socorromechamemo192), pode ser sobre ter ido trabalhar hoje (mesmo que na rua, mas trabalhar) e ter de trabalhar amanhã, pode ser sobre bananas-passa com chocolate que ganhei ainda agora de irmão e cunha, pode ser sobre o tempo tão ruim que anda por aqui, pode ser sobre faltar uma semana e dez minutos pro meu aniversário (31, meu Deus, 31!), pode ser sobre a minha habilidade sagaz de falar merda, pode ser sobre o show do Queen que está acontecendo right now e eu não fui... Pode ser sobre um milhão de coisas. A questão não é sobre o que escrever, mas o que se quer escrever - acontece muito, querer escrever e não saber muito bem sobre o quê - e é aí que mora o perigo.
Escrever e falar são atos dotados de um perigo real e imediato. Porque há a questão dos interlocutores, a não ser que você seja um hermitão e more no alto de uma montanha, numa caverna escura, ou tenha o costume de falar sozinho/a no seu quarto, situação à qual eu (ainda) não cheguei. Ou que você se identifique com Melvin (todo mundo é meio Melvin em algum momento da vida ao menos, é a minha teoria), o que não é nada incomum. Mas, normalmente, alguém lê o que escrevemos ou ouve o que dizemos e isso é que torna tudo tão perigoso, tão ingrato e tão delicado. E tão chato, às vezes, quando se busca entendimento que não vem. Mas tudo na vida envolve algum tipo de risco, não é? Por isso eu escrevo e deixo que leiam, mesmo que me arrisque a ser mal interpretada, não compreendida e até mesmo criticada. Eu escrevo, eu falo e faço merda, essa sou eu e juro que tento melhorar, mas nem sempre é possível.
Me deu vontade de escrever, eu vim, escrevi e não disse porra nenhuma. Live with that, if you will. É pra isso que me serve o blog, saciar minha vontade de escrever como bem me der na telha. Nem sempre o faço, porque hoje não me sinto livre nem aqui (em lugar nenhum, eu acredito), mas hoje resolvi fazer e pretendo repetir de vez em quando. Até porque escrevendo aqui, me seguro pra não escrever (tanta) merda, como faço quando escrevo e (acho que) ninguém vai ler...
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3 comentários:
Só abobrinhas gostosas de ler..
Beijos e boa semana.
lembrei da música de Capital: "o que você faz qdo ninguém te vê fazendo"...
bjs
Não são abobrinhas, são coisas gostosas de se escrever, aposto que para você foram, não foram?
Eu já tentei escrever sobre a falta de assunto, embora tenha fracassado de maneira heróica. E você conseguiu fazê-lo muito bem...
Massa o post.. abobrinha nada. :P
Bjos.
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