O ano era 1999; o mês, fevereiro. Salvador, Bahia. Carnaval. Trio elétrico. Circuito da praia.
A título de esclarecimento, dentro de um trio elétrico existe um caminhão de apoio, que vai atrás do principal, com caixas de som e banheiros na parte de dentro - alguém acredita na viabilidade desses banheiros? Pois é.
Lá estava nossa amiga protagonista, com seus amigos, bebendo muita cerveja (até porque água nem existe nesses lugares) e pulando um pouco menos do que nos dias anteriores, o que causou uma ebriedade leve. Seguiam todos pulando e dançando atrás do trio, e quando a vontade apertava, o pessoal saía das cordas do trio pra fazer xixi na praia, lá embaixo. A mulherada chegava o short pro lado e os homens - bem, nem preciso dizer que eles tem um dom divino nessas horas.
Acontece que na chegada à praia de Ondina, o acesso à praia é interrompido por um hotel enoooorme que fica ali, acredito que seja o mais famoso de lá. E vira tudo um grande corredor, com camarotes dos dois lados e muito quente. O calor leva à cerveja gelada e, hum, à obrigação de livrar-se dessa cerveja em excesso. "Vamos fazer uma rodinha e vocês 'mijam'", disse um dos homens. "Vamos", nossa amiga e mais uma responderam. Pois bem: rodinha feita, todos de costas pro centro da roda, a primeira foi - não acabava nunca e o xixi respingava as pernas de todo mundo - quando chegou a vez da nossa protagonista. Foi pro centro da roda, agachou-se, e depois de puxar o shortinho e tudo, já se aliviando, vê surgir uma baiana tresloucada rompendo a barreira dos amigos: a baiana joga nossa amiga no chão (sim, em cima do que ela já tinha feito de xixi) e diz a célebre frase: "Na minha terra, ninguém mija, não!!". Como neste grupo de amigos havia 7 mulheres e três homens, a tal baiana louca foi logo enquadrada, quando o namorado vinha se aproximando e os meninos disseram "deixa porque senão a gente se mete também". O namorado deixou. As outras seis meninas queriam dar uma decisão na tal baiana de qualquer jeito, e chamavam nossa protagonista - muito alta e forte, não gorda, mas forte mesmo - pra dar uma lição na garota, nem que fosse verbal. "Que isso, deixa quieto", ela diria.
Resultado: nossa amiga, além de ter sido jogada em cima do xixi enquanto completamente bêbada, apanhou na cara das próprias amigas (você não vai fazer nada?) e andou os 13 km pra casa completamente suja. Até hoje ela quer voltar a Salvador e achar a baiana louca.
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Um comentário:
Esse eu morri de rir!
Pessoalmente, eu batia com gosto, porque gosto de briga.
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