Satisfação e Alívio

Foi com esses dois sentimentos que assisti ontem ao Fantástico, indo à Macaé mostrar o outro lado da cidade. Tudo bem que é um exagero - a pesquisa realizada tem como parâmetros uma faixa etária definida e reduzida, só para começar - em certo ponto, mas foi ótimo. Por quê? Ora, eu explico.

Há tempos Macaé vem sendo mostrada na tevê como "a meca do emprego" no Rio de Janeiro, quiçá no país. Há emprego? Sim, há, e digo mesmo que sobrando... para quem tem qualificação. E nem precisa ser muita, não; mas, mesmo para as vagas com salário mais baixo e pouca exigência quanto à escolaridade, a qualificação para trabalho na área é essencial. E toda vez que a telinha mostra esse tipo de matéria, a cidade lota de gente achando que vai chegar e, em dez minutos, vai estar de carteira assinada, fazendo exame admissional e ligando pro resto da família e dizendo: "vem que tá tudo certo". Gente, não é assim. Mesmo.

Até aí - quando a pessoa vai pra cidade e descobre que é um pouco mais difícil do que ela imaginava - nada demais. O problema vem agora: alguns vão só com a passagem de ida, ou só com a cabeça de ida. Em ambos os casos, a tendência dos mais desesperados (ou menos idôneos, como queiram) é tentarem o dinheiro dito "fácil", que mata e agride gente que rala, dá duro pra pagar conta e nem um chopp tem direito a beber de vez em quando. Ah, sim, e também o dinheiro do tráfico.

O resultado? Eu digo de cadeira: Janeiro e Fevereiro loucos, cheios de assaltos no Centro da cidade, uma taxa de contaminação por AIDS e viciados gigantesca, uma posição de quinto lugar no ranking das cidades com mais mortes entre jovens no Brasil e sétimo no ranking de mortes por armas de fogo.

Agora me respondam: não é pra sentir alívio e satisfação com uma matéria daquelas?

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