24 horas fora de casa ainda não foi o suficiente, mas nem posso reclamar. Matei saudades, matei vontades e matei pessoas dentro de mim. Instinto assassino, mas muito proveitoso e bondoso. Enquanto isso, tudo permanecia no mesmo lugar. Ou então o mundo deu uma volta completa, tá. Ainda bem que ainda teve volta completa, já que tem gente querendo acabar com isso e transformar esse mundão cheio de fome, pobreza, doenças e loucuras pérfidas em um buraco negro. É ruim mas é meu, porra.
Acho que vou ao cinema esse fim de semana ver "Blindness". Quase certo. Nunca fui ao cinema sozinha, mas há uma primeira vez pra tudo na vida da gente, não é? Ah, as primeiras-vezes da vida... Me lembro da primeira vez que usei batom, da primeira vez que usei salto alto e da primeira vez que tirei zero numa prova. Lembro das primeiras-vezes mais importantes também, mas não quero dividí-las com mais ninguém, não - o mundo vai acabar e pelo menos isso vai continuar sendo só meu.
Acabei de dizer à ela que vou ali assaltar um banco - porque dinheiro é preciso pra 99.9% das coisas. "Banco não, assalta o Fort Knox", ela respondeu. E eu vi o quanto essa minha coisa de ser simples e não querer muito me atrapalha de vez em quando na vida... Eu quero o mundo, como eu disse lá em cima, porque ele é meu. Mas quero mais dar algo a ele do que tirar dele, já que sempre fui assim. Sempre me preocupei mais com o cavalo do que comigo mesma nas quedas - erro ou acerto, sou assim. Ou fui. Ou serei, não sei.
Se é o princípio do fim eu não sei responder. Sei que tenho muito a fazer antes que acabe. Beijos, tapas, noites, manhãs, risos e lágrimas, fora os afazeres mais loucos. O curioso é que sempre que ouço essa música, fico meio down e pensativa por no mínimo uma hora, sempre fiquei. A pergunta que não cala - a música imortaliza pessoas, frases e sentimentos - talvez seja feita de fato, com um propósito real e imediato, em menos tempo do que pensávamos todos. Quero conhecer gentes em especial, quero dar bom dia a estranhos na rua, quero me encontrar de amor e me perder por dentro, porque tenho só trinta anos e ainda uso chiquinhas com vestidinhos de menina.
Nunca fui Jessica Rabbit ou a Tempestade (se o fim do ano ainda chegar, ao menos, serei a segunda por uma noite, com direito a lentes brancas e tudo), nunca fui beijada na chuva, ainda não comi todo o sashimi que meu estômago agüentar e nem bebi todo o prosecco que conseguisse antes de apagar num coma alcoólico. Mas já amanheci o dia ao lado de quem queria e vi o sol nascer, já bebi tequila até cair, já fui aluna safada e santa do pau-oco. Já fui mulher e menina, mas não fui mãe. Quero voltar a ter cinco anos de idade, quando as bonecas eram minhas filhas e eu achava que felicidade era comer pipoca, uvas-passa e visitar a vó aos sábados. Dá pra voltar no tempo sem desfazer a invenção da web?
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7 comentários:
http://lekkerdingyaya.blogspot.com/2008/09/and-jim-said-this-is-end.html
Surprise, buttsecks!
Putz! Adorei o post! Alguns desses desejos aos 30 anos tbm são meus. Xêro!
É, desejos.. sonhos[pouco reais talvez] mas que dão animo para uma vida mais amena.
Beijos
Rapha, comentários lá =oP
Gerly, acho que são de todos nós! Seja bem-vinda e volte sempre!
Dani, com certeza. Sonhar não custa nada, ainda. E faz bem se a gente sonha de pé no chão!
Beijos, meninas!
nao vô mentir q tow com medo desse négociooo de buraco negro....
há muito pra se fazer!!
Bom, adoro ir ao cinema sozinha, já me fantasiei de Colombina e ainda não consegui acordar do lado de alguém eu gostaria, então espero que realmente o mundo não acabe.
Beijos, moça
Larissa, muito a fazer!
Taynar, bem-vinda! E não vai acabar tão cedo, viu. Assim eu espero. Tenho muita coisa, além dessas, pra fazer!
Beijos, meninas!
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