Tão eu

TPM é um período no qual todas as mulheres ficam muito mais sensíveis, muito mais agressivas e muito mais chatas. É fato, não dá pra negar, eu fico um porre (ou um ainda maior) quando estou 'naqueles dias'. Quando junto a TPM com minha suscetibilidade musical, então... Sai da frente - posso dançar horrores ouvindo minha preferida do Jet ou ficar com a maior cara de bunda ouvindo Lucky Man, isso sendo uma em seguida da outra.

Não sei se todo mundo é assim, se eu sou a louca total (porque louca eu sou mesmo, ao menos no juízo comum das gentes, graças a Deus) ou se pelo menos alguns outros seres humanos nesse mundo tão grande se identificariam com essa minha paixão por música e essa minha facilidade de viajar enquanto as notas musicais entram pelos meus ouvidos sem pedir licença. Mesmo fora da TPM, sou tão sensível à música que chego a ficar meio alheia quando ouço alguma que não conheça e goste ou ainda quando uma das velhas conhecidas vem me fazer uma visita pelo rádio. Chego ao cúmulo de desligar do resto do mundo e fechar os olhos mesmo - como agora, que Cássia Eller começou a cantar e eu faço coro com ela, dizendo que 'esse cara tem a língua solta, a minha carta ele musicou!'.

É claro que algumas tem lugar cativo e outras são bem-vindas quando chegam de surpresa, mas não sou de escolher repertório conforme o momento e selecionar as que têm a ver com meu mood de então - meus MP3 ficam todos numa lista de 'favoritos' no player e apenas aperto o play - e acho que por isso gosto tanto de rádio, que é sempre o preferido quando dirijo na cidade, mesmo que a Cidade não exista mais e faça muita falta - e agora Noel e Liam vêm me dizer aos ouvidos que 'todas as estrelas estão se apagando, apenas tente não se preocupar, você as verá algum dia', enquanto fechava os olhos novamente e cantarolava baixinho, esquecendo desse texto aqui.

O fato é que toda e qualquer música que eu ouça, intencional ou acidentalmente, me muda de alguma forma (e na TPM isso aumenta). Mesmo que seja uma daquelas coisas horrendas como Calypso, caso no qual terei uma reação de raiva ao fato de um/uma infeliz assim ter nascido e alguém pior ainda ter dado chance à essa pessoa de estar no rádio e, pasmem, gravar um CD. Andando na rua, dirigindo, escrevendo, trabalhando, conversando ou ainda fazendo coisas mais agradáveis como beijar (and even more), eu literalmente danço conforme a música. No último caso, feliz daquele que esteja comigo se Nando Reis resolver aparecer e perguntar 'Por que está amanhecendo? Se eu não vou beijar seus lábios quando você se for?'; ou infeliz, se Mike Patton resolver sussurrar que 'eu te direi todas as coisas que você quer ouvir, não se preocupe, baby, não há nada a temer'...

10 comentários:

Unknown disse...

Tão você, tão triste, tão alegre, tão brava, tão tantas coisas...
Tão mulher, de olhos fechados sentindo a melodia pulsando nas veias, em forma de memória, de sentimento, de anseio. Tão você. E tão digno de você. Pra uma mulher assim, mais macho que muito homem, a doçura só poderia vir assim mesmo, traduzida em pálpebras cerradas nas cifras do piano, do violão, da guitarra e afins.

Certifico. O referido é verdade e dou fé.

Beijo

Danielle Balata disse...

É, a música nos mostra o nosso estado d'alma.

Aline T.H. disse...

"Pra uma mulher assim, mais macho que muito homem, a doçura só poderia vir assim mesmo, traduzida em pálpebras cerradas nas cifras do piano, do violão, da guitarra e afins."

É, amiga, você me conhece. Beijos!

Dani, música é minha vida.

Beijos, meninas.

Vê Guimarães disse...

Passei pra deixar um ALô e dizer que curti muito esse espaço. Parabéns pelo podcast com Mimi e Gui, foi 10!

Ah e eu amei esse post de música... eu tenho um parecido com esse e rolou tb na TPM!!!

Beijocas e aparece quando quiser.

Taynar disse...

Ahhh, totalmente solidarizada com você.
Sou a Rainha da TPM e a minha melhor terapia, sempre são as músicas.
Que por sinal, as tuas escolhas foram excelentes.

Beijos

Cinthya Rachel disse...

eu tenho uma certa birra com certas músicas, na tpm então... na desse mês eu fiz duas travessas ENORMES de suspiro. foi só isso que me salvou...

iaiá disse...

nusss!
a tpm não me abandonou desde o mês passado, portanto a deste mês tá fueda...e ainda por cima se encontrou com lady murpphy....
e minha terapia é exatamente essa e aí fui de fala baixinho - pixinguinha (não sei se é esse mesmo o nome da música, sou péssima de nomes) até everybody hurts- rem. ...passando por the smiths... e mais um tanto de coisa.
bjão

Aline T.H. disse...

Vê, bem-vinda e obrigada! Bom que gostou da minha Casinha, rs. E não se assustou com a minha voz no podcast?! Ah, música é sempre um guia mesmo pra mim.

Taynar, TPM é coisa do cão, rs. E você gosta dessas também? Legal =)

Cin, eu tenho birra com várias, rs, mas só citei as que gosto... E suspiro? Ah manda uma travessa (ou a receita, porque não sei fazer direito)!

Iara, se a minha TPM durar mais que três ou quatro dias, rola sangue. É sério!

Beijos, meninas!

Rica Retamal disse...

A música sempre esteve e ainda está muito presente na minha vida, tanto que nas horas vagas "brinco" de DJ.
Li uma frase não lembro onde, mas foi a muuuuitos anos atrás e ela ficou gravada na minha memória porque resumia tudo aquilo que a música representa pra mim.
Dizia assim:
"Música, não apenas para ouvir, mas para sentir!"
Eu sempre "ouvi" música assim... sentindo ela, e por consequência sofrendo suas influências. Ainda bem que em 99% dos casos essa "influência" é para o bem. :D (E ainda bem que eu não tenho TPM! :P)

Bjos musicais.

Aline T.H. disse...

Ricardo, música pra mim sempre foi mesmo pra sentir também. E conto numa das mãos as ocasiões em que as sensações não foram boas... Agora, agradeça a Deus todo santo dia por não ter TPM. Vai por mim! =)

Beijinho!

Acabou. Boa sorte!

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