Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí...

Eu volto qualquer dia destes. Behave, kids.


E anônimo do post de baixo: se você vier e comentar, vai ficar chaaaato pra você.

Porque eu estou implicante, metida e cagando baldes pra meio mundo - ou pra meio mundo inteiro, vai saber.

Carta a uma amiga

Amiga,

Essa carta é pra tentar explicar a você como funciona essa coisa da vida, da paixão. Conversando, eu não consigo te convencer porque você tem argumentos quase irrefutáveis pra me convencer do contrário. Mas numa carta eu talvez consiga me fazer entender, mesmo que eu mesma não me entenda nunca.

Eu sou eternamente apaixonada. Por tudo e por todos, desde que alguns pré-requisitos básicos estejam preenchidos: o que me faça sorrir e me faça rir. Assim, eu sou apaixonada por você, por um bom filme, por um bom livro, por uma criança, por um pôr do sol... Mas essa minha paixão é só o primeiro estágio. Sim, pode me chamar de fácil, eu sou mesmo. Neste ponto, eu sou. O problema é passar daí, querida... Porque o estágio da paixão por um homem (sim, você sabe que meu lado masculino é gay purpurinado!) tem outros pré-requisitos que devem ser preenchidos. E é aí que eu te mostro porque eu não me apaixonei.

Eu preciso conhecer o cheiro, o gosto e ao menos um lugar no cara que eu possa dizer que é só meu, fincar minha bandeira, sabe? Um ossinho, um sinalzinho nas costas ou um pedacinho de pele que eu possa chamar de meu lugar. Sentir um cheiro no ar e lembrar, ouvir uma música e sorrir porque me lembra essa pessoa. Saber que só ele faz cafuné daquele jeito, naquele ritmo, e que sabe desenhar meu rosto com a ponta dos dedos. Lembrar de uma tarde que passamos juntos (e nem teve nada demais, não, só uma boa conversa e umas risadas soltas) e dos olhos dele me fitando quando eu nem percebia. Bem, quando eu fingia não perceber é mais honesto, vai. O estágio inicial vai estar preenchido, claro, e de preferência ele vai ser um dos destaques nele: me faz gargalhar e sorrir sem ter medo de mostrar os dentes nem o que vá por detrás da cortina. Ele vai ser capaz de me dar bronca e me fazer sorrir e de levar bronca e me fazer chorar, mas, acima de tudo, ele não vai precisar falar: só de olhar eu vou saber o que ele quer dizer.

E aí é que tá, baby: alguns desses pontos foram preenchidos, mas de outros eu nem cheguei perto. Passei longe, literal e figurativamente, e você bem sabe disso. Alguns desses requisitos precisam de tempo juntos e eu não o tive, o tal do tempo, que tanto me foge no relógio quando quero que pare e lerdeia tanto quando preciso que voe. Se eu me apaixonaria? Fácil! Talvez nem precisasse de tanto tempo assim quanto precisaria com outro qualquer, porque ele preencheu alguns dos requisitos mais difíceis - destaque especial para o fato de não precisarmos fingir nada, de sermos amigos e nos divertirmos juntos, acima de tudo. Bem, eu acreditei nisso durante certo tempo, mas acho que me enganei. Acontece, amiga, não foi a primeira nem a última vez e eu nem mudaria por causa disso (eu já sabia, como diriam os torcedores do Maraca numa final em que o Mengão ganhe do Vasco), já que ele não preencheu requisitos o suficiente pra surtir tal efeito. Pode ser que tenha corroborado com o meu pensamento anterior, sim, mas ser causa? Nah, causa é pra quem faz o coração da gente chegar na boca e voltar pro meio do estômago em menos de um segundo. E eu não tive tempo.

Eu acho que já expliquei demais, linda, e não tenho mais o que dizer. É isso, simplesmente uma questão matemática, como qualquer prova de concurso: se não marcou pontos o suficiente, não foi aprovado. E foi assim que aconteceu, você bem sabe. Espero que esta carta possa te fazer ver melhor um lado meu que quase ninguém conhece, esse lado molenga, boazinha e moça, que você sabe que eu odeio mostrar - e odeio mais ainda mostrar e me arrepender depois. Ele está aqui em mim, fazer o quê. Tanta gente acha que me conhece e você é uma das poucas que, de fato, sabe como eu sou... Acho que é por sermos tão parecidas, não é? Por isso mesmo, você sabe que apesar de molenga, boazinha e moça, burra eu não sou, como você também não é. Deixa os outros pensando que a gente é boba, talvez seja melhor assim e a gente se divirta ainda mais, não?

Um beijo, amiga, e que os pré-requisitos sejam todos preenchidos com louvor!

Aline.

600º

Bem, e pro nosso post de nº 600, falemos do assunto atual: Carnaval.

**Vocês acharam que era sobre a crise mundial? Que crise, se uma fantasia de escola de samba custa, em média, 600 reais e quase não tem mais pra vender? A crise é minha, é sua, mas tem gente pra caralho que não faz a menor idéia do que seja "a crise"**

Então, o Carnaval taí, minha gente. Já chegou e já sacode os esqueletos e as buzanfas de quase todo mundo pelo nosso Brasil Varonil afora. Quem não curte samba e o evento em si já está de malas prontas pra Garopaba pra zoar na rave, posar na praia e tirar onda de cool; quem gosta de axé (ou de beijar trocentas mil bocas, sabe-se lá de qual procedência, até ter dormência nos lábios) já tem seu abadá comprado em 2.907 suaves parcelas pra pular em Salvador; quem gosta do trio samba, suor e cerveja e tem dinheiro o suficiente pra gastar em fantasias, bailes e cervejas supervalorizadas fica por aqui mesmo, na Cidade-Maravilha-Purgatório-da-Beleza-e-do-Caos... Ainda há os que gostem (?!) da superlotação da Região dos Lagos: falta d'água, gente demais na rua, filas quilométricas pra comprar pão às seis e meia da manhã, olha quanta coisa maravilhosa!

Podem me chamar de azeda, I don't give a tiny rat's ass. Sempre adorei Carnaval, mas eu pulei Carnaval na rua, vestida de romana ou de odalisca, tinha medo de bate-bola e adorava uma boa chuva de confetes. Hoje em dia até se acha isso, tudo bem - mas o problema é que eu não tenho mais muita paciência pros seres destoantes da festa. Não tenho, o que posso fazer?! O fato é que eu gastei tanto da minha paciência até hoje que acho que pouco me sobrou dela, então prefiro reservá-la ao que, de fato, valha a pena. É como dinheiro: gasto com comida japonesa, mas acho um absurdo pagar 15 a 17 paus por um junkie snack no McDonald's - só eu sei quanto me custa ganhar cada centavo do meu salário. E cada unidade de paciência que eu utilize.

É Carnaval. Se as pessoas ainda soubessem cantar, ao menos: "Mas é carnaval, não me diga mais quem é você/Amanhã tudo volta ao normal/Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar/Que hoje eu sou da maneira que você me quer/O que você pedir eu lhe dou/Seja você quem for, seja o que Deus quiser/Seja você quem for, seja o que Deus quiser"... Ou ao menos viver assim, no Carnaval. As máscaras são necessárias nesta época e estão no chão, bem como as roupas, enquanto ficam nos rostos o resto do ano... Eu quero mais colombinas e pierrôs na época certa, da maneira certa e não como vestes comuns do dia-a-dia. Já que eu não devo conseguir mesmo, que seja um Carnaval parado.

Isso se o bicho do samba não vier me atazanar o juízo, pra eu rasgar duas ou três peças, fazer uma fantasia e resolver sair no Bola Preta, de última hora. Porque eu sou assim mesmo, de lua...

Not a Monday at all

O ego da gente é uma coisa muito, muito boba. Não falo de nada aqui que não seja ele, não. Nada de coração, longe disso: é o ego mesmo o assunto. Porque o meu coração é meio de pedra (apesar de sofrer algumas rachaduras de vez em quando), mas o ego... Esse é um bocó mesmo! Bocó toda vida, ele se infla com pouco e pra desinflar é difícil, viu.

Eu gostei do anônimos que comentaram - um deles nem tão anônimo assim, e eu gostei muito também, tá, moço? - e o tal do "primeiro" reinvidicando seu lugar. Adorei e confesso sem o menor pudor, mas eu não gosto de espaços vazios. Portanto, arrumem um apelido pra vocês imediatamente.

Eu também fiz um comentário hoje com um amigo sobre ter engordado (shame on you, Aline!) uns dois kilos, fora os que incho no verão e quando a dita cuja vem. "Ah, tou enorme hoje, preciso fazer uma dieta braba e perder estes e mais o que já queria antes, nada fica bom, eu to um horror!", eu disse. A resposta me deixou melhor do que eu já estava: "Ah, você continua linda do mesmo jeito, deixa de ser exagerada, gata". Sim, foi um amigo só. Amigos servem pra isso também, ora bolas.

Assim sendo, hoje é uma segunda-feira atípica: calma (alforria do sinhozinho, babies!), alegre e de ego inflado. Cheíssimo, diria. Vou dormir como um anjinho que não sou... E que Garfield perdoe esta heresia!

Sempre ela!

E foi só falar de bunda...

O brasileiro realmente não desiste nunca! =oD
Assim, ainda não gostei do lêióuti. Mas pelo menos já mudou. Agora haja bunda pra ficar na cadeira mudando coisinhas.

Ainda bem que bunda não me falta nem um pouco...

Feios e Belos

Eu sempre fui muito contra a coisa do "esse é feio, esse é bonito, esse é charmoso" e pronto. Não em causa própria - eu sei o que sou e me basta saber - mas por causa dos meninos mesmo. **Nota mental: você já tem trinta e um anos, e os meninos são, no mínimo, caras agora. Eles nem sempre gostam ou acham fofo serem chamados de meninos.**

É óbvio que certas belezas são incontestáveis e certas feiúras, indesculpáveis. Mas eu sempre fui das que analisa a tal da beleza de uma maneira nada, nada óbvia. Eu explico desenhando, vamos lá:


Hugh Jackman é destes cuja beleza é inegável, absoluta e enebriante. O cara é lindo, gostoso, tem cara de canalha e aquele sorrisinho de safado. Além de tudo, tem cara de Homem e não de molequinho (as admiradoras dos depilados que me perdoem, mas se eu gostasse de carinha lisinha ou peito lisinho, eu beijava mulher, porra!). Eu acho bom ator, inclusive, mas não é este o foco hoje por aqui...
De qualquer forma, Hugh é um exemplo da beleza que é mundialmente reconhecida e não tem como ser negada, não dá pra dizer que o cara é feio, mesmo que não faça o seu estilo.
















Agora, vamos ao exemplo seguinte:

Adrien Brody não é um dos mais lindos, mas eu acho o cara bonito! Não sei bem dizer o porquê, mas ele tem alguma coisa que o torna atraente pra mim. Talvez sejam os olhos grandes e parecendo que estão perguntando alguma coisa sempre (eu e essa coisa com olhos curiosos e grandes), talvez seja o ar blasée dele, não sei bem. O fato é que o cara tem um "quê" que me chama a atenção quase sempre. A foto ao lado é de uma cena do filme King Kong e ele está a coisa mais fofa do mundo durante o filme inteiro...















Bem, aí estão dois exemplos desenhados. Eu acho que se encontrasse os dois numa night, talvez visse o Hugh de cara, achasse lindo e tal, mas o Adrien me chamaria a atenção com o tempo. E se eu tivesse que escolher (sim, Aline, porque os dois te dariam mole numa night, ahã), eu acabava ficando era com o Adrien.
A vida toda eu fui destas que acha um tipo de cara lindo e se apaixona por outro completamente diferente, normalmente não considerado bonito pela maioria, até mesmo julgado feio. Mas, como diria Nelson Rodrigues, "toda maioria é burra" e eu nunca estive aí... Eu acho que a beleza de todo mundo é tão subjetiva e particular que não dá pra ser julgada por padrões prontos e vendáveis na banca mais próxima, não; a sua beleza é só sua e a da sua vizinha, só dela. Talvez você se ache com pernas finas ou tendo braços feios, sei lá, mas com certeza um detalhe em você é encantador de alguma forma.
Não, isso não é um texto de auto-ajuda ou qualquer coisa do tipo, é só uma constatação de que nem sempre as coisas são verdades absolutas porque foram estabelecidas pelo senso comum e que a tão estimada (porém nem sempre correta) opinião pública pode não ser a minha ou a sua, ao menos em casos tão subjetivos. "Assim é, se lhe parece", já disse Pirandello. Eu concordo plenamente.

Ela dança no mar, ela brinca na areia

Eu PRECISO ir à praia. Ontem, meu irmão e a cunha - em breve oficial e sacramentadamente minha cunha! - me chamaram pra ir, mas não dava MESMO pra ir hoje. Sabe como é, impedimentos estéticos e fluídicos. Ou como disse uma pessoa do trabalho, "tá com problema de fechamento no closure*".

Praia é um dos lugares onde mais me sinto à vontade, onde mais me sinto bem, onde fico em paz. A areia nem me incomoda e ficar com o sal seco na pele depois do banho de mar é quase um prazer, porque na hora que a água doce bate no corpo chega a fazer jus à este adjetivo. A praia talvez seja a vista mais simples que se tem na natureza: são poucos elementos que a compõem (basicamente água, areia e céu) e todos numa harmonia tão inocente que chega a ser intrigante como pode ser tão bonito. Mas a praia, pra ser bela assim, tem que ser vista num dia em que esteja vazia, o que não ocorre nunca no verão carioca...

Só de passar em frente à praia nestes dias de sol, samba e cerveja, eu fico com raiva. Raiva de gente mesmo, daquelas pessoas se espremendo por um pedaço microscópico de areia e jogando lixo no chão e na água, jogando areia nos outros e não respeitando ninguém em volta. Tá, eu sou velha, pode dizer. Mas eu nunca curti praia de fim de semana, fui poucas vezes depois de adulta e continuo achando um saco. O que é uma pena, porque eu trabalho a semana toda e só me sobram os dois dias do weekend pra poder pensar em ir até lá, não é mesmo? Well, ganhando na Megasena, eu prometo que vou à praia quando ela estiver vazia. Ou compro uma pra mim.

Mas porque eu PRECISO ir à praia, ao invés de só dizer que quero? Simples! Eu preciso pegar sol em nome da saúde dos meus ossos (faz bem galera, faz bem) e porque minhas veias estão delineando mapas na minha pele, de tão branca que ela está. Eu preciso tomar um banho de mar demorado, daqueles de enrugar a pontinha dos dedos e deixar cansada mesmo - eu só gosto de praia com ondas, claro - além de precisar da energia boa de lá. E de deixar a energia ruim lá, claro, pra que a carga fique menor. Sim, eu sou supersticiosa e mar me limpa, eu digo mesmo. Mas a razão principal na necessidade de ir à praia é mesmo estar PRECISANDO de um pôr-so-sol bem bonito pra lembrar e sorrir com uma coisa tão simples e tão linda. Porque sorrir, hoje em dia, pra mim, tem que ter razão. Sorrir a esmo dá rugas e gasta a minha cota de sorrisos!

De repente eu vou amanhã à tarde, ou aproveito que terei alforria esta semana e sairei na hora certa pra ir direto pra lá, já que fica a dez ou quinze minutos do trabalho. Eu sei que eu vou dar meu jeito e vou à praia. O mar ainda não me lambeu esse ano e talvez seja uma das poucas coisas que eu precise pra dizer que 2009, finalmente, começou.

*Closure: an obstruction in a pipe or tube; "we had to call a plumber to clear out the blockage in the drainpipe"

Acabou. Boa sorte!

Em pleno 2020, em plena pandemia, em um momento onde a maioria está passando por uma mudança radical em suas vidas, resolvi voltar aqui e s...