Onomatopéia odiosa

Eu sou de uma teimosia que chega a ser irritante no que diz respeito a não deletar e-mails. Só deleto os spams e as piadas que já li trocentas vezes - assim sendo, se você me mandou um e-mail nos últimos 12 anos, é bem provável que eu ainda o tenha na minha caixa de entrada do Hotmail ou do Gmail, este mais recentemente criado. De qualquer forma, eu tento limpar a porra das caixas de entrada dos e-mails e acabo me deparando com alguns antigos, outros só recebidos há certo tempo atrás, e releio a porcaria das mensagens. Releio, sim, principalmente quando o assunto não me faz lembrar o conteúdo (bendita memória essa minha), e aí acabo relendo coisas que me trazem memórias. Boas ou péssimas. Ah, a curiosidade da pessoa.

Claro que também há as memórias "nhé": estão lá, existem, mas não me dizem muita coisa. E estas memórias talvez me incomodem mais do que as ótimas ou mesmo as ruins, porque nada nessa vida que sejá "nhé" me agrada - perda de tempo me irrita e me deixa revoltada, acho que não é segredo pra ninguém - e, infelizmente, algumas memórias desta categoria fazem parte da minha vida. Recente e um pouco menos recente, eu diria.

Eu não estou falando da faculdade nem da vida profissional em geral (até porque esta nunca foi "nhé", tudo dela se aproveita como lição ou prêmio). Tô falando do resto todo: emocional, pessoal, familiar, até mesmo sexual. Tudo bem que eu sou destas que acha que tudo na vida, por pior ou mais sem graça que seja, tem seu valor enquanto lição ou mesmo pelos coadjuvantes (fatores ou pessoas) que traga pra vida da gente - cá entre nós, eu carrego um certo otimismo e uma certa aura zen no coração, que ninguém nos ouça - mas pra tudo há um limite, minha gente. Pra tudo nesta vida há limites, mesmo para as lições e os coadjuvantes.

Exemplos: meu "juntamento" de cinco anos está nas memórias ótimas, o Doido Canibal que conheci sábado está nas memórias péssimas e meu último relacionamento está nas memórias "nhé". Nhé, gente, nhé. Sinto que perdi dois anos da minha vida (fazer o quê, caralhos, já foi!) e pouco tenho do que lembrar com certo saudosismo: os amigos que ganhei. E só. Mas o que mais me irrita são as memórias que poderiam ser péssimas ou mesmo ótimas, mas viraram "nhé" (e, infelizmente, tenho um ou dois exemplos mais recentes destas): são como se o Stephen Hawkins resolvesse fazer palavras cruzadas ao invés de estudar (e ser gênio da) Física, um desperdício total de tempo e sorrisos. E os meus sorrisos são lindos demais pra serem desperdiçados.

Memórias "nhé", trazidas por uma caixa de e-mails que deveria ser limpa conforme a data e a convivência com a pessoa que me enviou a mensagem, foi sobre isso que eu escrevi. Tá vendo, as melecas das memórias sem o menor valor tomando o meu, o seu, o nosso tempo. Assim sendo, a fim de me vingar destas memórias (e das pessoas e fatos que fazem parte delas), aqui vai: vão se fuder, sem vaselina, com areia e bem longe de mim.

Porque exorcizar (e xingar com vontade) é o que há.


Há um marcador que eu poderia colocar aqui - na verdade, uns dois cairiam bem. Eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas vim aqui escrever este bando de abobrinhas sentimentais, então me ajudem, por favor!. Mas o único marcador que vai entrar é o mais egoísta possível, e com gosto. Pela atenção, obrigada. Volte sempre!

Se perdendo a gente acaba se achando...

Hoje me peguei pensando na época do meu vestibular - calma, nada de saudosismo, até porque eu era gorda e mondronga, agora ao menos sou gorda e pheena, como diria minha amiga Dra. Bridget - e como a vida profissional das pessoas toma forma, não importa o quanto se fuja do que se deve ser, por um motivo ou por outro.

Explico: fiz vestibular para Comunicação e Direito, sendo que a segunda faculdade foi mais por uma falta de opção do que por escolha - a Comunicação na universidade em questão era considerada fraca e um professor havia me dito, à época do colégio, que eu seria uma ótima juíza. E como diria aquele personagem cômico do Jô Soares, "E EU ACREDITEEEEEEEI!". Modéstia à parte, passei em todos os vestibulares que fiz, pras três das públicas do Rio, e tive que escolher qual faria, porque eu pretendia trabalhar e não teria como conciliar duas faculdades naquela época. Escolhi o Direito por algumas razões que não são, nem de longe, as mais corretas para nortear a vida profissional de ninguém, e fui pra lá.

Treze anos depois (do the math, babies), ainda não me formei. E nem vou me formar - ao menos não em Direito. **Que venham as pedras, xingamentos e perguntas como 'você é louca?', sinceramente a decisão já está tomada** Por estas coisas que a vida, a vocação e outras coisas mais explicam, hoje trabalho numa área que tem muito mais a ver com a Comunicação do que com o Direito (que, particularmente, eu não consigo mais sequer estudar) e amo. De paixão. Quero fazer minha faculdade, quero estudar, quero me formar, mas num outro curso que não aquele que iniciei há 13 anos, quando era mondronga, cabeçuda e cheia de sonhos. Hoje não sonho tanto mas vivo mais, muito mais. E é por isso.

O que me levou a lembrar disso tudo e falar disso aqui? Simples: uma balconista numa loja de conveniência de um posto de gasolina que sabe vender. Deve ganhar pouco, mas vende bem demais e me parecia hiper feliz fazendo seu trabalho - o que é fundamental pra quem precisa vender qualquer coisa que seja. A gente pode demorar a se encontrar profissionalmente, mas o dia chega pra quem não cansa de procurar. Parece que o meu chegou.

TGI Friday - and a holiday!

E já é seta-feira de novo. E já é feriado de novo... Assim eu acostumo muito bem, hein? E já que hoje é sexta e eu estou em casa, estou tirando o dia para ficar comigo mesma, cuidar de mim, já que à noite eu vou pra rua ver gente e me divertir - só espero não ver uma cópula live novamente, não é mesmo? Enfim, rua e gente. Matar a saudade de alguns amigos, sair com outros que vejo sempre e dançar até as pernas pedirem arrêgo. Até porque eu estou numa vibe extremamente sensível (blame the hormones, blame the hormones!) e preciso voltar ao meu normal um pouco, não é mesmo?

Só isso. Bom feriado pra vocês. E se eu vir algo chocante, hilário ou simplesmente atípico, será mais que normal.

Acabou. Boa sorte!

Em pleno 2020, em plena pandemia, em um momento onde a maioria está passando por uma mudança radical em suas vidas, resolvi voltar aqui e s...