Um dia como outro qualquer

Eu hoje acordei com uma idéia fixa na cabeça de vir aqui e escrever um "recado" bem direto pra alguém que eu nem sei se leria. O dia foi passando, outras coisas mais sérias apareceram e a mágoa que eu sentia até meio que se abrandou. Mas não por conta de achar que eu estava nervosa ou coisa assim - simplesmente porque eu vi, graças às tais coisas mais sérias que citei acima, que a gente dá valor pra coisas e pessoas muito pequenas, às vezes. Literal e figurativamente. De qualquer maneira, desengasgo aqui e agora o que eu queria dizer. Talvez de maneira mais fria que faria pela manhã, mas nem por isso mais branda. It's just the other way around.

Amizade é dividir quando se está feliz e poupar a outra quando se está triste. É rir junto, é falar besteira, zoar até dizer chega, mas saber a hora de se ficar quieta. É poder peidar e arrotar na frente uma da outra mas perguntar se pode, em caso de coisas menos nojentas e mais delicadas - e é exatamente assim, arrotar ou peidar deve ser livre mesmo com quem se confia. Aliás (e acima dessa porra toda), amizade e confiança não existem uma sem a outra. Porque eu não ponho dentro da minha casa alguém em quem não confie, não depois de adulta. Há graus de amizade, de confiança? Claro que sim, e o importante é exatamente não decepcionar esse grau, mesmo que ele seja o menor possível, porque a decepção é a mesma se eu dou meu carro na sua mão pra você dirigir e você faz merda ou se eu te pedi segredo num presente pra uma amiga em comum e você contou. Muda a importância da coisa em si, mas você me decepcionou do mesmo jeito, na forma em que eu não esperava de você.

Eu já saí do colégio faz tempo, baby. Não tenho saco pra segredinhos infantis, namorinhos escondidos, fofoquinhas sobre a roupa da coleguinha, nada disso. Acho que antes mesmo de sair do colégio eu já tinha pouco saco pra isso, mas você sabe disso porque me conhece. E, apesar de me conhecer e passar por amiga, não o é, pelas razões acima expostas. Entenda como bem quiser, eu realmente não dou a mínima - sempre avisei que eu tenho muita paciência mas não tenho "reserva" nesse tanque e a minha acabou, ao menos com você. Não quero seu mal, muito pelo contrário: quero seu bem como quero o bem de qualquer pessoa que eu não conheça, mesmo um bandido qualquer. Seja feliz com quem quer que seja ao seu lado. Menos perto de mim, porque eu quero distância de gente em quem não confie. Beijos.

***Pra boa entendedora, me pal bas. E você é inteligente, só se julga mais malandra do que é***

Acabou. Boa sorte!

Em pleno 2020, em plena pandemia, em um momento onde a maioria está passando por uma mudança radical em suas vidas, resolvi voltar aqui e s...