Começou o jeitinho...

Chego em casa cansada depois de um dia de trabalho gratificante (sim, sou destas que acha um dia de trabalho gratificante quando este o é), com meu carro revisado e rodando macio - apesar das ruas da minha cidade não colaborarem muito para isso - e dou de cara com isso aqui:


Estranhei, pois o pessoal do prédio está reformando tudo e a cerca de metal foi pintada há pouquíssimo tempo. De qualquer maneira, subi as escadas e perguntei aos meus pais se eles sabiam do galhardete. Minha mãe disse que viu uns cabos eleitorais com um Kombi aqui na rua, mas não ficou prestando atenção. Meu pai disparou, certeiro: "ó, ninguém autorizou isso aí, não!" e eu fui até a casa do síndico perguntar. A resposta? Não, ninguém ali autorizou absolutamente nada - até porque todos os apartamentos deveriam aceitar esse tipo de coisa.

Desci imediatamente com um alicate a fim de cortar os arames que seguravam, mas já que os Srs. cabos eleitorais dos Exmos. candidatos acima usaram praticamente uns dois metros de arame em cada parte para prender BEM os galhardetes, não consegui cortá-los.


Já que não deu pra cortar, rasguei. TUDINHO, mas em pedaços grandes o suficiente para que qualquer um que passar em frente à lixeira veja o que eu fiz.

Foi uma atitude. UMA, ao menos. Mas o que me deixou mais emputecida e irada é que o galhardete estava prese DENTRO DA GRADE do prédio, colocado por cima desta, a fim de não caracterizar propaganda irregularmente colocada - sim, se está por dentro, o(s) morador(es) do local estão de acordo, né mesmo? - sem a autorização de quem aqui mora. O famoso jeitinho brasileiro, tão alardeado e tão medíocre.

E, antes que me venha algum cabo eleitoral do raio que o parta reclamar, adianto: fosse qualquer candidato a qualquer cargo, eu faria a mesma coisa. QUALQUER UM. Ao menos a minha casa ainda é MINHA pra fazer dela o que quiser desde que não seja ilegal. E que venham mais galhardetes, meu alicate vai estar prontinho.

Mamãe até me educou...

Eu precisava controlar urgentemente essa minha mania de fazer sinais impróprios no trânsito. Ao menos se eu quisesse fazer 33 anos em dezembro. Sim, eu sou das que mostra o dedo médio aos murrinhas que só tentam ultrapassar e só passam a andar na velocidade normal quando eu ponho seta (sim, eu uso a seta e sou uma carioca rara, me processem) e noutro dia fui perseguida aqui perto de casa pelo "ofendidinho" em questão. Confesso que fiquei com medo, até porque o Insulfilm do cara era um G5 bandido e não dava pra ver nada (nem que o "motorista" em questão estivesse com os dentes assim), mas o "machão" da vez desistiu logo. Ainda bem, convenhamos.

E foi assim que resolvi colocar em prática um sinal que representa a minha teoria da SPP (Síndrome da Pau Pequenice)* no trânsito:


Eu sacudo a mão esquerda fazendo este sinal fora da janela quando um dos "pilotos" tenta me fechar ou me impedir de entrar na pista ao lado. A grande maioria das reações é uma cara de indagação tão boa que acabo gargalhando. Assim, resolvi dois problemas: me divirto no trânsito (o que parecia impossível) e não serei assassinada tão cedo. A não ser que um dos murrinhas leia isso aqui.

* Síndrome da Pau Pequenice - Doença que acomete seres humanos de ambos os sexos (apesar de ter maior incidência nos homens) e causa: mau humor súbito, necessidade incontrolável de se mostrar superior ao semelhante mesmo não tendo a menor capacidade para tanto, desgaste das engrenagens do carro do/da doente, compulsão por autoafirmação no trânsito e, mais constantemente, perda da capacidade de raciocínio perante qualquer questão que se mostre um pouco mais difícil mediante seu QI tão pequeno quanto seu pau - tanto o físico quanto o psicológico.

Direito de Resposta à amiga

A Lekkerding escreveu um post sobre política, ridículos, conformismo e outros aspectos da mesma coisa: a merda que isso aqui está e a falta de horizonte para que melhore. Eu já queria falar disso aqui, mas andava com uma "preguiça" (aka falta de paciência com possíveis chatos que venham a ler) danada e... Resolvi deixar a preguiça de lado. Numa segunda-feira à noite - e que meu mestre Garfield me perdoe por mais esta blasfêmia.

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Bem, eu não estou acostumada. Conformada? Também não. Só que... Bem, vamos por partes:
Eu (como você, os citados e o resto do povo que vive neste país) escolho, sim, quem vai administrar o meu patrimônio. Até aí, estamos de acordo. O que acontece é que eu preciso ganhar dinheiro para viver. Como decidi ser uma pessoa honesta e seguidora da lei, trabalho. Para ter um bom emprego quando chegasse à idade na qual estou, fiz esforços e sacrifícios: estudei num dos melhores colégios do Rio de Janeiro, me formei em Inglês (com diplomaS de Cambridge) aos dezoito anos - e, veja você, na mesma época em que fui aprovada nas três maiores universidades públicas do mesmo Rio de Janeiro pra alguns dos cursos com maior relação candidato/vaga. Pelas informações que já coloquei aqui, dá pra ver que sou uma pessoa capacitada, inteligente e instruída, certo? Ok então, sigamos em frente.

Quando eu tinha 11 anos, em 1989, houve o episódio do "Fora Collor". Eu fui pra rua, de cara pintada, naquela que seria a minha primeira experiência real quanto à política. Estudei, como disse, num dos melhores colégios do Rio de Janeiro e que é público (ou seja, passeatas e ameaças de redução de verbas foram meu dia-a-dia, além de greves). Ontem, um domingo, dia no qual normalmente descanso a fim de encarar a pedreira semanal que se apresenta em minha frente toda segunda-feira, fui pra Praia de Copacabana participar da passeata do Humor Sem Censura. Fui para apoiar - tá, eu tietei o Leo Jaime, porque faço isso há anos, desde quando este blog ainda pertencia a uma menina grande e mimada - e fiquei até o fim, mesmo estando com um salto alto filho duma puta que deixou meu pé cheio de bolhas.

Conheço melhor do que muitos adEvogados ativos e praticantes a CRFB. AMO o Direito - ou o que ele deveria ser, ao menos - e sempre me interesso em ler cartas-proposta de quem penso em votar. Rio do horário político, em geral, porque estou cansada de chorar e este ato dá rugas. Sou, sim, chefe desta porra, como você disse, mas acho que pago bem o suficiente pros meus empregados. E, olha, não só pros que Executam, mas pros que Legislam e pros que Judicionam, que estão aí aprovando leis em forma de autopromoção e julgando conforme lhes pareça mais proveitoso, poucas vezes sendo úteis ou JUSTOS.

Sou chefe? Sim. Somos? Sim. Mas contratei assistentes (mais que) suficientes para que eu possa gozar a minha vida de chefe e me divertir com o que ganho TRABALHAR. TRABALHAR, sim, para ganhar um salário que vem com muito sacrifício, suor e abandonos de momentos em família - e nem assim me permite deixar de ser equilibrista com as contas que tenho a pagar. Sim, sou chefe, sou culpável pelos meus empregados que não rendem ou que roubam, mas a culpa é muito, muito anterior ao meu nascimento. Ou dos meus pais - ou mesmo avós. Talvez à época do meu tataravô, que foi Barão, encontrássemos os culpados e pudéssemos enchê-los de porrada. Mas como não dá pra ser (ainda), vamos, sim, assumir nossos papéis. Ao menos o tanto quanto eu possa manter meu emprego e pagar minhas contas.

Fotos tiradas por mim na passeata pelo Humor Sem Censura ontem, dia 22 de agosto de 2010, na Praia de Copacabana. Coloquei a foto do Danilo Gentili entrevistando o Deputado Chico Alencar, que estudou no mesmo excelente colégio que eu, porque gosto dele. E porque os cartazes com os dizeres do Barão de Itararé mostram que a merda vem de muito, muito tempo.

O Português e seus "causos"

Uma das pessoas que leio há mais tempo e não deixei nunca de ler é o Leo Jaime. Gosto, sou fã, já falei de shows dele aos quais estive presente aqui e tudo (o primeiro, quando tive a honra de o conhecer pessoalmente, estava na Casa velha, a qual perdi o acesso - mas vejam as fotos aqui). Mas esse texto dele me fez rir, ter saudades e me lembrou uma das histórias mais interessantes sobre "línguas diferentes" (tive que roubar essa, Leo!) que já vivi.

Morei em Sampa dois anos, como todos os 5 leitores deste blog devem saber. Carioca da gema, cheia das gírias e achando tudo muito engraçado e, de vez em quando (preciso admitir), ficando meio puta com a sacaneada que me davam por causa do "olha só" típico do carioca quando quer chamar alguém. A bica foi a primeira das gargalhadas que causei na casa da família do ex - torneira, gente, torneira - e, ainda na cozinha, o pano de prato que todo mundo por lá chama de guardanapo. Picolé e sorvete são, respectivamente, sorvete de palito e sorvete de massa (porra, alonga demais, gente!) e eu sempre ficava preocupada com o meu farol quando alguém chamava a atenção pra ele - que, aqui no Rio, é sinal. Mas um celular e uma bolsa me causaram a situação mais engraçada e inusitada que essa diferença de palavras poderia causar.

Eu dirigindo, a ex-cunhada no carona e o celular começa a tocar. Eu estava esperando uma ligação importante e a bolsa estava no chão, na frente da ex-cunha. Pedi a ela que atendesse pra mim - os famosos marronzinhos da Cê Ê Tê* estavam de olho - e ela me perguntou onde na bolsa estava. A bolsa tinha duas divisões: uma com botão e a outra com... fecho-éclair. Eu disse: "está na parte do fecho-éclair", e ela nada. Pedi de novo: "amor, tá na parte do fecho-éclair, pega pra mim pelamordedeus!" e ela, desesperada, gritando, responde: "Mas o que é isso?! Aqui só tem zíper ou botão!"


Eu parei o carro no primeiro posto de gasolina pra terminar de rir.

*Experimentem dizer CÉT, como a gente chama a CET-Rio, e ouçam a gargalhada. Ninguém sabe o que é...

Só vou se for de carro

Ontem eu saí com amigos, coisa que não faço muito ultimamente - e tive a certeza de que preciso fazer mais, tá - e não fui dirigindo. Até porque as blitz da Lei Seca do Exmo. Sr. Sergio Cabral me deixariam mais pobre ainda do que todos os custos, impostos e buracos nas ruas desta cidade já me deixam diariamente. Daí que já era noite e chovia quando saí do trabalho em direção ao tal encontro e, como eu trabalho no lugar onde o Jota Quest chamou de longe pra caramba e iria, portanto, atravessar a cidade, pensei em ir de ônibus e tirar um cochilo (sou fã de um cochilo motorizado, vocês sabem), mas não passava quase nenhum. Aliás, não passava qualquer veículo motorizado indo ou vindo, às sete da noite, até que um táxi veio e eu fiz sinal. Entrei, disse meu destino e ele me perguntou, de cara, se eu me importava com ele usar um atalho para fugir do trânsito caótico que estava à nossa frente e eu respondi que não, disse que ainda achava bom. Enfim, o motorista foi pegando ruas, vielas e até becos para que saíssemos daquele engarrafamento que, pensava eu, só poderia ser causado por um acidente. Até que o rádio dele tocou e soubemos, por um colega, o que estava causando aquela imobilização total do bairro às sete e poucas da noite.

OBRAS. RASPAGEM DE ASFALTO. ÀS SETE DA NOITE, EM VIAS PRINCIPAIS DE UM BAIRRO QUE JÁ NÃO SUPORTA A QUANTIDADE DE CARROS QUE PASSAM POR ELE DIARIAMENTE.

Depois, quando eu xingo o Prefeito e o Governador quando passo por estas palhaçadas no meio da rua, neguinho acha engraçado ou me chama de estressada.


Não vá de carro, Flausino. Senão, você vai se fuder.

Acabou. Boa sorte!

Em pleno 2020, em plena pandemia, em um momento onde a maioria está passando por uma mudança radical em suas vidas, resolvi voltar aqui e s...