As teorias que ainda ninguém provou

Uma pessoa passou pela minha vida recentemente como um raio: mal chegou e já saiu. Um amigo, alguém que me ensinou algumas coisas preciosas, nas quais me peguei pensando nessa noite tão estranha. Ele é mais novo, e não, não sei porque ele sumiu - algumas coisas e pessoas na vida da gente precisam ser assim, temporárias, e nem sempre saberemos o porquê disso.

Ele me dizia sempre: "pare de se achar velha, porque você não é", e eu parei. Hoje me acho uma menina ainda, e me dou por satisfeita, por mais que algumas cicatrizes e alguns calos insistam em me relembrar o quanto já vivi.

Ele sempre dizia também que eu ia tomar muita porrada da vida ainda, porque tento sempre agradar a todos; que ele mesmo tinha aquele jeito "grosso" dele porque cansara de tentar agradar a quem quer que fosse. Essa lição confesso que não aprendi ainda, e não sei se concordo integralmente com ela - agradar a quem se gosta é mais um prazer do que um sofrimento, ver a quem se ama feliz (e ter contribuído de alguma forma) é, pra mim, uma felicidade muito maior. Acontece que nem sempre conseguimos agradar, mesmo fazendo de tudo (e quando isso começa a se repetir, então...), o que é absolutamente broxante.

Tenho me sentido meio impotente nesses últimos tempos, querendo agradar a quem gosto e não vendo muitos resultados. Pior ainda: sinto às vezes que nada que eu faça vai agradar a certas pessoas que amo muito, o que faz eu me sentir o menor pedaço de gente do mundo, e isso não é justo. Não sou a melhor pessoa do mundo, sou cheia de defeitos (como todos os mortais), mas tenho várias qualidades, qualidades importantes que alguns insistem em deixar de lado e continuam a apontar o que julgam serem os meus defeitos... Outros não fazem isso, mas tenho a sensação de que estes apenas passam a mão na minha cabeça e pensam: "oh, tão bonitinha, tentando ajudar. Coitada."

Coitada porquê? Porque gosto de ajudar a quem gosto? Porque me preocupo com as pessoas que me cercam? Porque me sinto triste quando alguém que gosto está triste? Esse "coitada", que vejo espelhado em alguns olhares ou camuflado por palavras doces, me irrita profundamente e não é real. Não me sinto uma coitada, me sinto uma pessoa melhor por conseguir me doar a quem gosto, me sinto realizada quando alguém me diz que conseguiu resolver um problema e que aquele papo ajudou, me sinto mais feliz quando consigo arrancar um sorriso de alguém que estava triste.

De qualquer maneira, com a repetição desse tipo de momento sendo mais freqüente, lembro-me desse amigo e do que ele me disse. Às vezes acho que ele tem razão, principalmente quando estou down; outras vezes acho que ele é radical demais e que ainda vale a pena tentar ser como sou, mas a verdade é que ainda não tenho certeza de qual o caminho mais certo.

Quem sabe um dia eu agrade, quem sabe um dia eu não queira mais agradar. Enquanto eu não descubro, sigo vivendo, rindo, sofrendo, questionando... e tentando.

2 comentários:

Andre Viegas disse...

Bom dia, Line querida!

Eu acho q todos nós temos q fazer benchmarking, não só nas empresas, mas, tb, nas nossas vidas. E, desse modo, observar as experiências e consultorias (diz o ditado: "se conselho fosse bom, não era de graça" - por isso, eu dou "consultoria": qq dia eu cobro, ahaha) úteis e aplicá-las. As q não servem ou não condizem com nossos princípios, deixamos de lado.

O mais importante é ser o q vc é. O conhecimento vem com o tempo, através do aprendizado e da prática. Não se cobre demais pela resposta das pessoas aos seus estímulos: pode ser tb q vc esteja interpretando mal (como vc mesma disse, não somos perfeitos), assim como elas tb não possam estar preparadas para viver o q vc observa bem de longe.

Enquanto isso, vá vivendo. E bem. O resto, virá com o tempo.

(caraca, isso dava um post)

Beijos e bom domingo.

Aline disse...

Ainda bem que tem gente como você pra ajudar essa criança aqui!

Beijos, querido!

Acabou. Boa sorte!

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